16/10/2022 às 10h31min - Atualizada em 16/10/2022 às 10h31min
Armas apreendidas com portador de CAC investigado pela PF somam cerca de R$ 100 mil
Pedreiro com registro de CAC tinha pistolas, fuzis de assalto e coletes da polícia
Com informações do Correio do Estado - Redação: JCA ANAURILÂNDIA
Fonte: Policia Federal
Foto: Divulgação PF Nesta sexta-feira (14), a Polícia Federal deflagrou a Operação Ópla, a partir da qual ocorreu a prisão do pedreiro Narciso Chamorro, em Campo Grande, desencadeando o inquérito da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul. Em levantamento de preços feito pela equipe do Correio do Estado, estima-se que as armas apreendidas somem cerca de R$ 100 mil.
Conforme já noticiado por nossa equipe, o pedreiro Narciso Chamorro, 32 anos, é alvo de inquérito, após flagrante portando um arsenal de armas que seriam entregues.
No flagrante, a Polícia Federal apreendeu o carro de Narciso Chamorro e, em sua casa, encontraram três pistolas calibre 9 milímetros da marca Glock, todas da Geração 4, sendo duas delas equipadas com "kit rajada" (uma delas com a numeração raspada), e seis carregadores de pistola Glock.
Também foram apreendidos quatro fuzis da marca Imbel, modelo IA2, dos quais três tinham número de série e um estava com a numeração raspada.
Haviam, ainda, três coletes balísticos com a inscrição "Polícia Civil", cinco balaclavas (toucas ninja), 116 munições calibre 9 milímetros, 80 munições para fuzil de calibre 7,62 milímetros, um colar de ouro, 16 carregadores de fuzil 7,62 milímetros, além de alguns documentos das armas e caixa de munição.
Conforme o cálculo que realizamos, estima-se que as pistolas calibre 9 milímetros da marca Glock, todas da Geração 4, custam, em média, R$ 7 mil cada uma.
Já os fuzis da marca Imbel, modelo IA2 custam no mercado, em média, R$ 12.000 a R$ 15.000 cada um. Ou seja, o valor da soma dos produtos pode até passar de R$ 100 mil, dependendo do vendedor.
Sobretudo, não se inclui na conta os demais bens apreendidos em flagrante, como os coletes a prova de balas, balaclavas ninja, munições e demais equipamentos.
Para este serviço, o pedreiro informou que receberia um pagamento de R$ 2 mil em dinheiro vivo no momento da entrega.
Investigação
A investigação policial, inclui como alvo, ainda, o proprietário de um clube de tiros, Caça Golden Boar. O dono é denominado como Rodrigo Donavan.
Donavan passou a ser alvo do inquérito por, além de Chamorro ter posse de um boné do Clube de Caça Golden Boar no momento do flagrante, o pedreiro investigado afirmou, em seu depoimento à Polícia Federal, que seria funcionário de Donavan.
Conforme constatado pela investigação, o pedreiro realmente prestou serviços a Rodrigo, não existindo nenhum vínculo empregatício atual, pelo menos não registrado oficialmente.
Em nota de esclarecimento, o clube de tiro reforça: "o único vínculo havido entre o clube e o Sr. Narciso foi de prestação de serviços de construção civil, de modo que o uso indevido ou a associação do nome Clube em suas práticas supostamente criminosas serão oportunamente esclarecidas pela Justiça, em quem o Clube deposita sua absoluta confiança", diz o texto.
Entretanto, o clube não fez nenhuma menção ao fato de Rodrigo Donovan, proprietário do local, ser um dos investigados pelo inquérito da Polícia Federal.
Saiba
A nota do clube foi divulgada após reportagem do Correio do Estado divulgar que o clube de tiro Caça Golden Boar seria suspeito de repassar arsenal ao crime organizado.
Desse modo, a presidente do local, Ellen Lima de Souza de Andrade, negou, por meio de nota, qualquer envolvimento do clube com o pedreiro Narciso Chamorro.